domingo, 30 de agosto de 2009

4.5%

Não, minha menina, não chore mais
que os deuses nos reservam uma sina
Mas no fim hão de garantir-nos a paz.

sábado, 29 de agosto de 2009

Libertè?

Pensou em sair dali, fugir de casa
mas quão longe poderia ir um pássaro sem asas?
Ela que sempre esteve presa nas grades do próprio coração!

Sempre que insegura, abrigo encontraria nas palavras de seu amado.
Sua fome se saciaria de sua poesia, de sua paixão
Sede jamais passaria, que teria vasto mar azul nos olhos de seu adorado.

Nada lhe faltaria, então por que o desejo refutado?
Pesou no fundo do peito a razão sobre a emoção
Mas que lhe custaria ter ao menos tentado?

A letter for her

Um tornado acabara de passar
E, nervoso, destruiu o seu lar.
Querida amiga,
Espero que logo reconstruí-la consiga.
Eu moro num país tropical
Aqui não há nenhum desastre natural.
(Mas quem há de medir os abalos sísmicos de meu coração
Em todas as vezes que ele me estende a mão?)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Paz?

Escreve, escreve, escreve
Esmiúça teus sentimentos
Torna tua alma mais leve
Esclarece teus pensamentos
E liberto de todo este fardo
Enfim, respira aliviado.

Prescrição

Não, não é anorexia
Padeço de um mal que taxa de hemoglobina nenhuma há de conseguir diagnosticar
Sofro de excesso no sangue de poesia
De tanto nutrir um amor que nunca há de se concretizar
Doutor, será que você me indicaria
algo bom pra essa tristeza passar?

Final feliz

Já se passaram cem anos
e então, como ficamos?
Abra os olhos doce princesa
e veja só que surpresa:
o príncipe já a esqueceu
e no fim, foi a bruxa quem venceu.

Consulta médica

Queres saber o que sinto?
Onde dói?
Queres saber por que minto?
O que foi?

Não mais digas que vou viver cem anos
Se em apenas uma dúzia já chorei mil oceanos
Não haverão vitaminas que me façam durar décadas a mais
Que sem ti aqui por perto, eu já sei que não sou capaz

Queres saber por que a falta de apetite, a magreza?
Vasculha meus poemas, penetra minha fortaleza
Decobre que isso tudo é só tristeza

E não mais digas que vai embora
(mesmo que seja uma dura mentira)
Diz-me apenas que vai e não demora

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

4.4%

Você me diz que sou
Um livro aberto
Tudo que fiz e tudo o que me passou
Pelas minhas palavras pode ser descoberto.
Salva-me.
Mas quem haverá de ler as entrelinhas de meu coração?

sábado, 22 de agosto de 2009

Infância II

Por onde anda, Estrelinha
Doce e velha amiga minha?
Quando me sentia sozinha
Era você quem sempre vinha

E iluminava minha escuridão.
Mas a idade veio e não mais a vi
E tudo aquilo que eu um dia vivi
parecia apenas fruto da minha imaginação.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

4.3%

Não tens bela musa
que te encante o pensamento
mas hás de ser sempre poetisa
que és toda sentimento

Tens muita inspiração (e aspirações)
Cada verso transborda de tuas emoções
Em cada rima, buscas o alívio da dor
Em cada palavra, uma declaração de amor

4.2%

Era a senhorita perfeição,
mas quem haveria de conhecer as profundezas de seu coração?

domingo, 16 de agosto de 2009

4.1%

A culpa é toda sua
e de seus cabelos loiros
que me remetem ao brilho da Lua
com seus cachos cor de ouro.
Quem dera fossem castanhos,
não me passaria de um estranho.
Ou talvez se tingissem morenos,
quem sabe assim o amasse menos.

sábado, 15 de agosto de 2009

4.0%

A sua indecisão
faz ponderar meu coração.
Por que mesmo é que a amo?
Você me diz que de amar tenho medo
mas de sempre tê-la amado manterei segredo.
Por meio de cada verso
quantas despedidas já não ensaiei?
Anseio por um recomeço
e imagino se ao menos uma delas realizarei.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

3.9%

Afinal, o que são milhares de quilômetros de terra e de mar
dainte de nossa imensa capacidade de amar?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

3.8%

Ó Fado,
oferece-lho este verso (mal acabado)
para que mude meu destino.
Não mais lobo solitário!
(Que já me faltam rimas para tantas musas)
Rogo que mude minha sina
que eu já encontrei minha doce menina.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

3.7%

Vá embora, pode ir...
Não o quero mais aqui,
não mais o prenderei nas grades do meu coração,
agora, só o que peço é seu perdão,
sei que o deixei passando fome de atenção
e sede de carinho , mas mesmo ausente
saiba que um dia já o amei (e muito).
Vá voando se juntar a seus iguais
pássaros livres, e deixa-me (morrer) viver em paz.
Adeus.

domingo, 9 de agosto de 2009

Assim em cada lago a Lua toda brilha, porque alta vive.

Que é a Lua senão
um grande sorriso de compaixão?

Ofuscante em sua bondade
deslumbrante de puro coração
acalenta a alma dos insones
embala seus sonhos com uma doce canção.

Eternamente apaixonada
sabe das dores do amor não-correspondido
preciosa lhe é a alvorada
quando, por instantes, mira seu amado.

Confidente de meus amores
Compartilha de minhas dores
Sempre me espera à janela
é uma grande amiga ela.

Quem dera pudesse pegá-la pelo braço,
dar-lhe um copo de chocolate quente,
depois enchê-la de abraços,
dizer que o amor faz isso mesmo com a gente.

E que o sol um dia há de para ela brilhar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

3.6%

De que me valem todos esses versos
se em sua presença emudeço?
De que adiantam todas essas rimas
se ao encontrar seus olhos, das palavras me esqueço?
E todas essas alegorias e hipérbatos
se em todas as vezes que o encontro, o silêncio é tudo que lhe ofereço?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

3.5%

Não chore mais...
Já sei que nem adianta,
não sou eu quem conterá as lágrimas
que amargam sua garganta.
Nem trago lenço ao bolso
que console seu desalento,
mas dedico-lhe esse verso
para aliviar-lhe um pouco o tormento.

Sonho IV

Passo os dias a evitar-lhe,
ocupo meus ouvidos de música,
encho minha mente de estudos,
afogo meu coração em viver,
mas de que me vale todo esse labor
se todas as noites quando adormeço,
ouço a sua voz,
imagino o seu rosto,
afogo meu coração em você?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

E não olhe para trás

Você é como aqueles matinhos
que nascem em qualquer lugar
(até mesmo no sólido asfalto)
vazia, não tem sonhos, não acredita no amor, nem na amizade.
Não se apega ao lugar onde nasceu,
não valoriza o que lhe foi dado
(até mesmo rejeita meus carinhos).
Ao menor vento escapa das minhas mãos,
mas agora vá, pode ir
não mais vou lhe prender nas grades do meu coração.

domingo, 2 de agosto de 2009

Feriado nacional da gripe suína

Vamos todos parar de realizar nossas tarefas neste dia.
Papai vai ser dispensado do trabalho,
mamãe vai adiantar os assuntos do lar,
filhinha não vai pra escola estudar,
vamos todos ficar atentos a tevê
protegidos dentro de nossas casas
acompanhando os preparativos desta festa,
a distribuição das máscaras,
a evolução dos casos,
ver se os sintomas batem com os da sua vizinha.
Viva o feriado nacional da gripe suína.

3.4%

Romântico incorrigível,
cada verso seu
era uma declaração de amor
a cada pessoa que um dia conheceu.