sábado, 21 de junho de 2008

Monochrome

Um raio de luz atravessa os cacos de vidro pelo chão. "Menos um copo." E ela começa a recolher os cacos, transparentes e quase invisíveis em sua pequenez. Vestia roupas brancas, afinal, era apenas o segundo dia do ano, e ainda nem se trocara das roupas do reveillon. Estava em sua cozinha, alva também. "Ai!" Contrastando com a brancura do cômodo e de suas roupas, escorreu um filete vermelho por seu pulso pálido. Apressadamente ela pega um ban-aid, cor de nuvem e com aroma de aloe-vera. "Tão calmante..." E cai num sono profundo. Um sonho sem fundo. Onde tudo parece uma coisa só, monocromático. Não há ninguém, não se ouve som. "Será que, na verdade, nem eu existo?"



Futuro?

Frustração,
medo no coração.
Inseguro,
o que me reserva o futuro?

Mesmo que eu desapareça,
não quero que me esqueça.
Você continuará comigo?
Será até o fim meu amigo?

Estou com medo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Ciel

Só o fato de termos de olhar
para cima e ver o céu,
já não nos mostra como somos pequenos?

Seu azul impecável,
minha alma maleável,
suas nuances harmoniosas,
minhas lágrimas dolorosas.

Correr e não sair do lugar,
abrir as asas
e pairar no ar,
é isso que você quer?

Esse cenário monocromático
tudo parece tão automático,
e tudo acontece de novo,
simples, como num deja vú.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Estrela.

Aponto uma estrela no céu.
Mas engano- me,
na verdade é apenas uma imagem,
uma ilusão.

Com todas essas estratosferas e
atmosferas, obstáculos invisíeis,
é bobagem acreditar que aquela estrela
ainda está lá.

Por trás de meus óculos
vejo o mundo de um jeito,
mas será que é diferente?

Quando eu tirar meus óculos
você ainda estará aí
olhando pra mim?

Insônia.

Noites mal dormidas,
dias mal vividos,
isso não é vida pra mim, meu Deus.

Já não consigo mais dormir
sem alguém gritar ao meu ouvido.
"Dorme, que amanhã tem mais"

E eu não quero dormir,
tenho sonhos ruins,
um panda e um balão voando
num céu azul incolor.

Fins de semana perdidos
em meio a provas e compromissos,
isso é que é crescer?
Se for assim, eu desisto.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

s2

"Nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração."
Maiakovski

Azul.

"Por que o céu é azul?"
Andando sozinha na rua, tudo parece tão sem cor... Onde você está agora? Nem a grama está mais tão verde quanto naquele dia. Nem os pássaros cantam, nem os motores do carro se fazem ouvir. Onde estão meus sentidos? As batidas do meu coração são abafadas pelo aperto da falta que você faz aqui. Já sei. O céu é azul para eu não me esquecer da melancolia dos dias em que não posso te ver.