quarta-feira, 18 de março de 2009

1.4%

Meu único consolo para a solidão
desses dias quentes de verão,
é olhar para o céu e ver,
que quando ele não vê você,
também mancha seu lenço azul e infinito
com nuvens brancas e úmidas de saudade.

E quando finalmente vai se acabando a tarde,
tudo amarelece ao meu redor,
não de ouro reluzente,
mas daquele tom decadente
de algo já velho e sem cor.
Aquele cheiro de morte,
talvez carência de sorte,
ou a simples falta do meu amor.

Mas quando ando sozinha pela rua,
e ao olhar para cima vejo a lua
assim, deitadinha e minguante,
no seu manto azul incessante,
é como se o céu, compadecido,
abrisse um sorriso tímido,
simpatizando com meu pesar
e lembrando-me que logo, o sol voltará a brilhar.

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