Escolho uma folha branca
Colho uma caneta preta
E escrevo meu nome
O primeiro denuncia meu patriotismo
O segundo me diz bela
O terceiro afirma meu ofício
Tão pouco, tão curto e ainda sem valor
Não ocupa nem mesmo uma linha completa
Nem serve para preencher um coração (aqui peço perdão)
Elogiaram-me por minhas diversas habilidades
Ocupo a folha de desenhos, partituras, retalhos de pano, receitas, poemas, notas
Tudo, tudo em vão
Arrisco encher a página com nomes queridos
Tão poucos bons amigos, não chora, não
E eis que chega a inspiração!
O seu nome, tão belo, escrevo muitas vezes, amor amor amor
E assim, finalmente, preencheu-se a folha e também o meu coração...
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