Ah, como tenho pena do relógio,
para ele, o tempo passa uniformemente,
não há rápido prazer, nem prolongado tédio,
seria esta uma forma de viver mais inteligente?
Outrora, quando a corda lhe acabava
tinha um breve, mas aprazível descanso,
agora, moderno, a luz do sol o sustentava,
no entanto, como aliviar esse cansaço?
Vai e volta, vai e volta
sempre esse mesmo movimento
repetitivo e sem revolta.
Bem queria levá-lo ao pulso
para melhor aproveitar o momento
e livrá-lo deste monótono compasso.
Mas como fazê-lo se estamos todos submetidos ao poder do tempo?
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